Estudos de viabilidade de projetos de PPP de Pernambuco serão analisados por consultores externos

A Fundação Getulio Vargas (FGV) foi contratada pelo Complexo Industrial Portuário de Suape, ao valor de R$ 4,2 milhões, para dar suporte técnico em dois projetos de Parceria Público-Privada (PPP) em andamento no Estado. A instituição acompanhará os estudos de viabilidade do Arco Metropolitano, rodovia de 80 quilômetros alternativa à BR-101 Sul, e do Polo Ecologístico, que prevê porto e aeroporto no Litoral Norte. Representantes da FGV tiveram a primeira reunião com a administração de Suape antes do Carnaval.

De acordo com o vice-presidente do terminal marítimo, Frederico Amâncio, será uma assistência aos levantamentos realizados pelas empresas Promon Engenharia e STR Projetos - sobre o Polo - e Odebrecht, Queiroz Galvão e Invepar, no caso do Arco. A conclusão do primeiro, adiada por diversas vezes, está prevista para o início de abril, enquanto a da segunda obra foi entregue ao Estado no último dia 3. A análise conjunta de cada proposta pelo Governo e a FGV tem prazo estipulado de 60 dias.

“Os estudos são bastante complexos. Não envolvem apenas aspectos técnicos da própria obra, mas também econômico-financeiros, com projeções de receita e demanda. Nenhum órgão do Estado tem estrutura para isso. Até porque não temos uma longa história de PPPs”, afirma Amâncio. A contratação de consultorias para analisar as parcerias é normal. Na PPP do Saneamento, que pretende universalizar o esgotamento sanitário do Grande Recife, por exemplo, a KPMG foi contratada para observar dados coletados pela Andrade Gutierrez. O grupo ainda ajuda na elaboração do edital de licitação, que deve ser lançado em março.

O Complexo de Suape está à frente das conversas com a FGV, mesmo com a existência do Comitê Gestor de Parcerias Público-Privada (CGPE), subordinado à Secretaria de Governo, porque tem expertise em mobilidade e logística. “Nossa função é técnica. A competência ainda é da CGPE. Acompanhamos o processo do Arco há um bom tempo. O início dele é exatamente em Suape, onde há a maior geração de fluxo de caminhões e que o maior objetivo é tirá-los da Região Metropolitana do Recife”, exemplifica Amâncio.

Nos bastidores da Secretaria de Transportes (Setra) o burburinho é de que há insatisfação de alguns técnicos por não terem sido consultados sobre o aeroporto no Litoral Norte, já que eles apresentaram outras propostas ao Governo. “Vai ser um projeto só junto com o porto. Quando houve dúvidas serão procuradas informações junto à Infraero, à Setra e quem tiver experiência”, defende o vice-presidente de Suape.

Do valor contratado junto à FGV, R$ 1,5 milhão diz respeito ao Arco Metropolitano, cuja obra está orçada inicialmente em R$ 600 milhões. Já o Polo Ecologístico tem custo estimado em R$ 3 bilhões. A Secretaria de Governo disse apenas que a questão da FGV está concentrada no Complexo de Suape. A Fundação não respondeu aos pedidos da reportagem.

 

Fonte: Folha de Pernambuco.

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